A GENTE
A gente
Da minha cidade
É feita de barro encarnado
Mole, lasso, aderente
À sola de senhor presidente
A gente
Da minha cidade
Mente
Naturalmente
Traindo com o mesmo à vontade
Com que adula de frente
A gente da minha cidade
Arrasta o rosto p'lo chão
Vergada pela vaidade
Da sua estreita ambição
A gente da minha cidade
Não há-de
Morrer na guerra
Nem p'la Pátria, nem p'la terra
À gente da minha terra
Falta-lhe o granito da serra
Ponte de Sor, 5/1/1996