O PROFETA
“A voz que clama no deserto.” (S. Mateus, III–3)
eu sou a voz
que perto
de vós
clama no deserto
a chama
que te chama
e desafia
do alto da penedia
a invernia
o grito
que perfura
o ventre da noite mais escura
e que perdura
na procura do infinito
mito
feito de tenacidade
e granito
encontrei a liberdade
na afronta destemida
às intempéries da vida
Ponte de Sor, 4/7/1999