OS JUDEUS DO FIM DO SÉCULO

Somos o povo anónimo que trabalha
A maralha
Que estiola
E que se imola
Junto às portas da muralha

Somos o povo anónimo que trabalha

O soldado desconhecido
Caído
E esquecido
Sob os escombros da batalha

Somos o povo anónimo que trabalha

A canalha
Que luta
E que labuta
Sobre o frio cortante da navalha

Nós somos o povo anónimo que trabalha!

De todas as revoluções
A letra das canções
E a bandeira
E a sua vítima derradeira

Nós somos o povo anónimo que trabalha!

Gentalha
Que se agacha, esperando
Pela sorte que não volta,
Mas que, de vez em quando,
se revolta

Roma, 31/12/1996